A Alta Corte de Délhi emitiu uma notificação à emissora britânica BBC nesta segunda-feira (22), em resposta a um caso de difamação movido contra o documentário intitulado “Índia: A Questão Modi”. O filme levanta questionamentos sobre o papel do atual Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi, durante os distúrbios ocorridos em Gujarat em 2002.
O documentário, que ainda não foi exibido na Índia, foca na liderança de Modi como chefe de governo do estado ocidental de Gujarat durante os distúrbios que resultaram em mais de 1.000 mortes, a maioria das vítimas sendo muçulmanos. Ativistas alegam que o número real de mortos é muito maior.
Acusações de que Modi não tomou medidas suficientes para conter os distúrbios foram negadas pelo Primeiro-Ministro, e uma investigação ordenada pela Suprema Corte não encontrou evidências para processá-lo.
O caso de difamação foi movido com base na alegação de que o documentário “mancha a reputação do país” e faz “imputações e insinuações falsas e difamatórias” contra o Primeiro-Ministro, o sistema judiciário e o sistema de justiça criminal da Índia, de acordo com a ordem da corte.
A BBC foi convocada a apresentar uma resposta ao tribunal até 25 de setembro.
Este não é o primeiro episódio de controvérsia envolvendo o documentário. Em janeiro, a Índia censurou a produção e proibiu o compartilhamento de trechos nas redes sociais. Autoridades indianas ordenaram que o Twitter removesse mais de 50 postagens com links para a série e instruíram o YouTube a bloquear a publicação do vídeo.
A BBC afirmou que o documentário foi rigorosamente pesquisado e produzido de acordo com altos padrões editoriais. O governo indiano classificou o filme como uma “peça de propaganda” com uma “narrativa mentirosa”.
Enquanto a polêmica em torno do documentário persiste, levantam-se questões sobre liberdade de expressão, censura e o papel da mídia na abordagem de eventos históricos e políticos sensíveis.
É importante ressaltar que as informações e alegações apresentadas no documentário estão sujeitas a investigações e análises adicionais, e que a decisão do tribunal ainda está pendente.
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