Na última quarta-feira, 23 de outubro, ocorreu em Kazan, na Rússia, a Cúpula do BRICS, onde foi decidida a entrada de 13 novos países na condição de parceiros. Os novos integrantes poderão participar dos fóruns do bloco, mas sem direito a voto, restrito aos membros plenos Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os países incluídos na lista de parceiros são: Turquia, Indonésia, Bielorrússia, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria, Uganda e Argélia.
A entrada desses países representa uma ampliação do bloco em várias regiões do mundo, com destaque para a Ásia, que trouxe Indonésia, Tailândia, Vietnã, Malásia, Uzbequistão e Cazaquistão ao quadro. Em contrapartida, o governo brasileiro, representado pelo chanceler Mauro Vieira, defendeu a necessidade de critérios rigorosos para essa expansão, vetando informalmente o ingresso de Venezuela e Nicarágua. Segundo interlocutores da diplomacia brasileira, o veto foi motivado por preocupações de alinhamento político e respeito às sanções do Conselho de Segurança da ONU.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da cúpula remotamente, evitou se aprofundar na questão da ampliação do bloco. Em seu discurso de sete minutos, destacou a importância do BRICS para o Sul Global, defendeu a multipolaridade e a governança inclusiva, e criticou as guerras, mencionando a situação da Faixa de Gaza como o “maior cemitério de crianças e mulheres do mundo”. Lula alertou ainda sobre o risco de os conflitos simultâneos no Oriente Médio e Europa levarem a uma nova guerra mundial.
Em 2025, o Brasil assumirá a presidência do BRICS, e o lema proposto por Lula será “fortalecer a cooperação do Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável”.
O BRICS, criado em 2009 com Brasil, Rússia, China e Índia, expandiu-se em 2010 com a entrada da África do Sul, consolidando-se como um bloco de países emergentes. Em 2023, o grupo aumentou sua influência ao admitir novos membros plenos, incluindo Etiópia, Irã, Egito e Emirados Árabes Unidos. Esses países possuem status integral no bloco, o que lhes garante participação completa nas reuniões de líderes.
Ontem, os líderes do BRICS se reuniram novamente, acompanhados por representantes de cerca de 30 países convidados, para discutir futuras parcerias e o papel do bloco no cenário global.
Fonte: (1) | Foto: MAXIM SHIPENKOV/Pool via REUTERS
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