Uma cópia rara da pintura “Under The Wave off Kanagawa” (tradução livre: A Grande Onda de Kanagawa), também conhecida como “The Great Wave” foi avaliada em US$2,76 milhões em um leilão da Christie’s em Nova York na terça-feira (21). O item foi adquirido pela família do proprietário anterior que possuía a obra no início de 1900. Além disso, a obra de Hokusai intitulada “Koishikawa yuki no ashita” (Manhã de neve em Koishikawa) foi leiloada e vendida por mais de $30.000.
No entanto, a venda mais significativa do dia foi de um “jarro da lua” coreano do século 18, que é um vaso de porcelana branca criado a partir da junção de duas metades hemisféricas. Este item foi arrematado por mais de US$ 4,5 milhões.
“A Grande Onda” é uma das 46 xilogravuras coloridas desenhadas por Katsushika Hokusai em torno de 1830, como parte de sua série intitulada “Trinta e seis Vistas do Monte Fuji”, que apresenta vistas do Monte Fuji. Apesar de conter 46 gravuras, a série é frequentemente associada à “A Grande Onda”. E se for bem observada, as ondas não se tratam de um tsunami, e vemos 3 barcos de pescadores tentando sobreviver ao fenômeno da natureza.
Curiosamente, a gravura “Fuji Vermelha” foi muito mais popular que “A Grande Onda” no Japão do século 19, devido à reverência espiritual da montanha sagrada. Apesar disso, a série inteira foi amplamente elogiada quando lançada.
Hokusai pintou “A Grande Onda” aos 70 anos e aos 76 escreveu um livro sobre suas memórias, e neste livro continha o seguinte depoimento do artista: “Desde os 6 anos, eu tive uma queda por copiar a forma das coisas. A partir dos 50, as minhas imagens foram publicadas…”, referindo-se a dez volumes de desenhos, cada um com 60 páginas cobertas por imagens de todos os temas imagináveis.
Outro fato interessante, é que a obra só foi conhecida no exterior 18 anos após a morte do autor e mais de 35 anos depois de sua criação, devido ao isolamento do Japão por dois séculos a partir de 1640. Durante esse período, o país manteve uma interação limitada apenas com a China e a Holanda. Apesar da proibição de entrada de estrangeiros, a influência de elementos estrangeiros é evidente em “A Grande Onda”. Impressa em papel de amora tradicional japonês em tons sutis de amarelo, cinza e rosa, a cor dominante da obra é um intenso azul profundo – uma cor que não é japonesa.
E por último, em 1842, o preço oficial de cada impressão de “A Grande Onda” foi fixado em 16 mons, o que equivalia a dois pacotes de macarrão na época. Na cultura japonesa da época, a xilogravura não era considerada como arte, conforme afirmado por Christine Guth, da Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres, em entrevista à BBC.
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