Quando olhamos para o céu, seja durante a noite, ou durante o dia, percebemos sua imensidão. Sabemos há muito tempo que nosso sistema solar e composto por vários corpos celestes, que vão desde planetas aos gigantescos e misteriosos buracos negros. E em alguns desses corpos existem cores que não são identificadas por nossos olhos, conhecidas como cores de infravermelhos, descobertas em 1800. Hoje em dia muitos aparelhos eletrônicos possuem essa tecnologia. Pensando nisso, analisaremos as pinturas de Tomie Ohtake inspirada nos astros e constelações do nosso sistema solar, além de analisarmos a parte técnica das obras apresentadas e contaremos um pouco sobre a vida da artista.
Tomie Ohtake, foi uma artista nipo brasileira que nasceu em 1913 em Kyoto, Japão, e faleceu em 2015 em São Paulo. Considerada a principal artista abstracionista. Além de pintora, ela era gravurista e escultora. Sua jornada em terras brasileiras começa no ano de 1936, quando veio ao país para visitar seu irmão e por conta de conflitos que estavam acontecendo nos países orientais ela decide estender sua estadia. Em 1952 ela conhece o artista Keisuke Sugano, seu primeiro é único professor de pintura. Depois de algum tempo a artista começa a se aventurar nas pinturas abstracionistas. Tomie é considerada a “dama das artes plásticas brasileira”.
Quando passou para o abstracionismo, Othake queria que seu público utilizasse a imaginação para decifrar suas obras. Suas pinceladas eram simples e delicadas, as corres normalmente utilizadas por ela eram de tons fortes. Por conta disso, a artista participou de exposições dentro e fora do país, rodando o mundo e apresentando sua narrativa com à arte. Sendo assim deixou alguns legados que estão presentes até hoje. Como o monumento “Imigração Japonesa”, que está presente na avenida 23 de maio, em São Paulo, Brasil. A obra representa as gerações de japoneses que vieram morar no país.
Quando Tomie começou a criar as obras que futuramente iria compor a exposição Infravermelho, em relação à arte, ela estava mudando sua forma de pintar. A partir desse momento a artista passava a usar a tinta acrílica (mais fácil de manusear) em vez da tinta a óleo (mais difícil de manusear, e tóxicas). Além de que nessa fase de sua vida é perceptível notar formas geométricas e fundos sem muito detalhes.
Apresentada na galeria de artes Nara Roesler, em São Paulo, com parceria do Instituto Tomie Ohtake. A exposição teve a participação de Paulo Miyada e de Rodrigo Ohtake se juntaram para a curadoria da exposição frisando apresentar as obras da artista nunca apresentada na a Bienal de Veneza. De acordo com Myiada essa fase da artista trata-se de:
“Trata-se de um momento em que a artista afina sua atenção às gestualidades pictóricas na sobreposição de camadas e transparências, tendo uma coleção de formas arquetípicas como seu objeto recorrente. Nesse sentido, Ohtake se afasta das matrizes da arte abstrata concreta e aproxima-se, simultaneamente, de tradições orientais (em especializado ensō no zen-budismo) e de imagens evocativas da natureza (em especial do cosmo).”
*Retirado de Nara Roesler
Nas pinturas utilizadas em “infravermelho” é visto a semelhança das imagens tiradas do espaço pelo telescópio James Webb, cujo equipamento utilizam luzes infravermelho, que são invisíveis aos olhos humanos. Nessa exposição podemos utilizar a nossa imaginação e pensar nelas como corpos celestes. O telescópio James Webb foi lançado em 2021, mas a luz de infravermelho já tinha sido descoberta muitos anos antes. A partir de agora apresentaremos alguns quadros expostos na galeria e utilizaremos a imaginação para decifrarmos o que a artista queria nos passar nessas pinceladas. Ao lado estará uma imagem de referência do corpo espacial mencionado no texto.
Quando olhamos para essa imagem imaginamos a Lua, percebemos que a pintura é um círculo branco, com algumas “manchas”, que podem caracterizar as crateras da lua. Sabemos que esse corpo celeste é uma grande rocha que flutua em órbita com a Terra. Mas se olharmos mais afundo, em seu centro contém um círculo vermelho e nesse círculo é possível notar algumas outras cores. Além de representar o nosso satélite natural, a imagem pode representar outros fenômenos do nosso universo. Agora podemos notar que a pintura apresenta um círculo vermelho que poderia nos representar a imagem de uma galáxia, uma nebulosa, ou qualquer outro astro.
Se olharmos mais para o círculo vermelho, teremos outra imagem. O círculo vermelho, nos apresenta o que séria uma galáxia ou uma nebulosa. Quando olhamos a imagem tirada pelo telescópio é possível notar diversos pontos pretos. Que podem nos apresentar e nos ajudar a identificar uma possível galáxia, a parte colorida representarias as cores captadas pelo James Webb. Observe a imagem abaixo, que representa uma dessas partes que foi descrita aqui.
No universo existem diversos corpos orbitando sobre alguma estrela, seja esse qual for. Na próxima imagem, apresentaremos mais uma imagem da exposição. São denominados asteroides qualquer corpo astronômico que órbita o sol e não tenha características que se assemelha a um cometa, como, por exemplo, sua calda. Já os cometas são pequenos corpos gelados que quando entram em contado com o calor do sol entram em processo de aquecimento liberando gases. Esse processo, conhecido como desgaseificação, produz uma atmosfera visível, que às vezes pode formar uma calda.
Na imagem acima vemos um corpo alongado, com tons de vermelho e preto. Trazendo para um campo astronômico, esse objeto nos remete aos asteroides e cometas que vagam pelo espaço. Seu formato alongado e suas cores espaçadas apresentam as crateras que existem neles. Além de nos dizer sobre a grande imensidão do universo, a mesma sensação que sentimos quando observamos um céu estrelado durante a noite.
Para encontrarmos esses astros não precisamos ir tão distante, no nosso sistema solar, entre as órbitas de Júpiter e Marte existe o cinturão de asteroides, são diversas rochas que orbitam de forma circular, conforme os planetas, em torno do sol. Na imagem abaixo, vemos certos detalhes da pintura, percebemos tons de branco, que poderia representar as diversas cores do universo, ou como já foi dito uma galáxia distante.
Séculos atrás as Galáxias eram chamadas de Nebulosas, para os astrônomos uma nebulosa era qualquer corpo celeste que conseguia se expandir, a categoria galáxia só foi inventada no início do século XX. Hoje em dia é considerado uma galáxia, um grande sistema gravitacional que consiste estrelas, meio interestelar de gás e poeira. Dito isso, observemos a próxima obra de Tomie Ohtake.
Na respectiva obra é possível notar que é um desenho em espiral que se assemelha bastante a galáxia em que vivemos, a Via Láctea. É possível notar que a obra foi pintada com tons de vermelho e alguns pontos brancos, podendo caracterizar as diversas estrelas que moram em uma galáxia. Na imagem a baixo é mais notável essas manchas.
Um Buraco Negro é um objeto espacial que apresenta densidade infinita e um grande campo gravitacional, capaz de atrair todos os objetos que passam por seu campo magnético. Até mesmo a luz é absorvida por um buraco negro, sua origem acontece por conta da colisão entre duas estrelas. Desde a década de 1970 sabe-se que esses gigantes espaciais possuem sua própria radiação, mas foi só em 2019, com a ajuda do telescópio Event Horizon, que foi possível tirar a primeira foto desse astro. Podendo observar a forma original desse astro. Foi um grande marco para a ciência.
O quadro de Tomie Ohtake apresenta um círculo, totalmente escuro, com uma borda interna mais clara em um fundo igualmente escuro. Existem algumas cores ao redor do círculo que traz uma certa profundidade para a imagem. Trazendo para um âmbito astrológico, a pintura representaria um buraco negro, representando seu centro gravitacional e seu disco que ajuda na destruição de objetos espaciais. Mas se olharmos mais a fundo a imagem é possível notar também um planeta sombrio.
Quando o assunto é matéria escura que vaga no universo, os astrônomos só sabem dizer que elas exitem. Por isso, vários estudos foram feitos para se criar satélites que pudessem encontrar esses astros e apresentar para nos humanos, foi aí que “descobriram” a existência de exoplanetas que não refletiam a luz que eles recebiam, conhecidos como planetas sombrios. Esse estudo ocorreu com a ajuda do observatório espacial Kepler, descoberto em 2011, no estudo foi detectado um exoplaneta que reflete 1% de toda a luz que ele recebe, não se sabe o motivo que isso ocorre. São vários os motivos que influenciam esses astros não emitirem luz, como, por exemplo, sua composição faz com que a luz não passe sua superfície.
A exposição “Infravermelho” além destacar a mudança da artista, também convida o expectador a explorar interpretações astronômicas de suas obras. A utilização da imaginação é essencial para entendermos a cabeça da grande artista Tomie Ohtake, que até hoje intriga e questiona as gerações atuais com suas pinturas abstracionistas.
Fonte: (1) (2) (3) (4)/ fonte da imagem: JP News
Pledis Entertainment anunciou nesta quarta-feira (20), que The8, membro do grupo Seventeen, lançará seu primeiro…
A Netflix revelou durante o International Showcase nesta semana em Los Angeles, que 80% de…
A autora sul-coreana Lee Sun-Youngl, estreia no Brasil com o livro Farmácia do amor da…
A Japan House traz para o Brasil a exposição "A vida que se revela", em…
A visita do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil, marcada por reuniões com o…
Na manhã desta quarta-feira, 20 de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu…