Desde 16 de setembro do último ano, após a morte de Mahsa Amini, jovem de 22 anos que foi detida por uso considerado inadequado do hijab, se iniciou uma onda de protestos em favor dos direitos das mulheres no país.
No âmbito esportivo o país seguiu em evidência, com a seleção de futebol, por exemplo, em foco durante a disputa da Copa do Mundo do Catar. O time que estava no grupo de Estados Unidos, Inglaterra e Gales, estreou sendo goleado pelos ingleses e venceram os galeses antes do derradeiro e mais importante jogo contra a seleção norte-americana.
Os jogadores não cantaram o hino nacional na partida inaugural, o que gerou, segundo um funcionário, ameaças às famílias dos jogadores. Logo após as supostas ameaças, os jogadores cantaram o hino nas partidas contra País de Gales e Estados Unidos.
Representantes do país árabe ainda exigiram que a Seleção Estadunidense fosse excluída do torneio. O pedido foi realizado após a federação americana alterar o escudo da equipe e apagar todas as inscrições do símbolo, em imagem divulgada nas redes sociais.
Na partida, os jogadores de ambas equipes se trataram respeitosamente e a partida tecnicamente “truncada” terminou em vitória americana, que eliminou os iranianos da Copa. Vale ressaltar que foram enviados diversos “torcedores” pelo regime para mostrar “apoio” a equipe e tirar o foco das graves acusações de abusos em todo o país.
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Ainda no futebol, o zagueiro Amir Nasr Azadani, de 26 anos, foi condenado à morte por “traição” após participar de protestos em favor dos direitos das mulheres. O jogador foi acusado também de participar da morte de três agentes de segurança.
A condenação de Azadani à morte gerou comoção ao redor do mundo. Logo após um abaixo assinado coletar mais de 1,6 milhão de assinaturas de oito países, a condenação foi revertida para 26 anos de prisão.
A enxadrista Sara Khademalsharieh, competiu na Copa do Mundo da modalidade, realizada no Cazaquistão, sem o hijab, o que vai contra o que é determinado para as atletas competirem fora de seu país.
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O gesto foi considerado um apoio aos protestos realizados pela brutal morte da jovem Mahsa Amini. O chefe da federação iraniana de xadrez, Hassan Tamini, declarou que a atleta havia competido sozinha e não representou o país. De volta ao Irã, Sara, que é considerada uma das maiores enxadristas do mundo, foi questionada pela TV estatal sobre os motivos de não usar o véu. A atleta afirmou que o véu escorregou acidentalmente e se desculpou.
A última vítima do mundo esportivo foi o karateca Mohammad Mehdi Karami, o jovem de 21 anos, campeão nacional de sua modalidade. Ele foi preso participando de protestos e acusado de matar um membro de uma força paramilitar. A família do lutador afirmou que ele foi torturado e não teve direito a um advogado.
Uma semana após o início de seu julgamento, foi condenado à morte por enforcamento junto ao treinador de Karatê infantil, Seyed Mohammad Hosseini. Segundo agências ligadas ao governo iraniano a sentença já foi cumprida.
A tensão no país e as condenações de atletas seguem no Irã. Até o momento, apesar das denúncias, entidades como a FIFA não ameaçaram ou proibiram que as equipes e federações ligadas ao país disputem suas competições.
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