O Japão elevou o nível de alerta de suas defesas antimísseis nesta segunda-feira (29), em resposta ao anúncio da Coreia do Norte sobre seu planejado lançamento de um satélite entre 31 de maio e 11 de junho. Com a escalada das tensões na Ásia Oriental, o Japão prometeu interceptar qualquer projétil que represente uma ameaça ao seu território.
As autoridades japonesas temem que o foguete norte-coreano, que transportará o satélite, possa sobrevoar a cadeia de ilhas do sudoeste do Japão, relembrando um incidente similar ocorrido em 2016. A Coreia do Norte, que já detém armas nucleares, afirma ter concluído o desenvolvimento de seu primeiro satélite espião militar, com a aprovação final do líder Kim Jong Un.
Essa ação marca o mais recente passo de uma série de lançamentos de mísseis e testes de armas conduzidos pela Coreia do Norte nos últimos meses, incluindo o bem-sucedido lançamento de um novo míssil balístico intercontinental de combustível sólido. Analistas acreditam que o novo satélite faz parte de um programa de tecnologia de vigilância, que inclui drones, com o objetivo de aprimorar a capacidade de atingir alvos em tempos de guerra.
Em resposta ao anúncio norte-coreano, o Ministério da Defesa do Japão emitiu um comunicado afirmando que tomará medidas preventivas contra mísseis balísticos e qualquer outro objeto que seja confirmado como uma ameaça ao território japonês. O país está preparado para utilizar seu míssil padrão SM-3 (Standard Missile-3) ou o míssil Patriot PAC-3 para interceptar um míssil norte-coreano, se necessário.
O lançamento de qualquer míssil pela Coreia do Norte seria uma grave violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condenam as atividades nucleares e de mísseis do país, conforme destacado pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. O Japão instou veementemente a Coreia do Norte a desistir do lançamento, trabalhando em conjunto com os Estados Unidos, Coreia do Sul e outros países para coletar e analisar informações sobre a situação.
A Coreia do Sul também se juntou ao Japão, pedindo ao regime norte-coreano que abandone seus planos de lançamento, caracterizando-os como “ilegais”. O Ministério das Relações Exteriores sul-coreano divulgou um comunicado afirmando que se a Coreia do Norte prosseguir com o lançamento, ela pagará um preço e sofrerá as consequências de suas ações. O enviado especial sul-coreano para assuntos de paz e segurança na península, Kim Gunn, participou de uma chamada telefônica trilateral com seus colegas do Japão e dos Estados Unidos, buscando uma resposta unificada da comunidade internacional diante desse movimento planejado por Pyongyang.
No entanto, considerando a falta de influência significativa sobre a Coreia do Norte, os apelos do Japão e da Coreia do Sul para interromper o lançamento podem ter pouco efeito, segundo Chad O’Carroll, CEO do Korea Risk Group, empresa especializada em monitorar a situação na Coreia do Norte. Ele enfatiza que, devido aos grandes exercícios militares entre Estados Unidos e Coreia do Sul e ao recente lançamento de satélite pela Coreia do Sul, a Coreia do Norte provavelmente verá as críticas de Seul como extremamente hipócritas.
Este lançamento iminente do satélite pela Coreia do Norte também ocorre após a bem-sucedida operação espacial da Coreia do Sul, que lançou seu primeiro foguete espacial de fabricação nacional e colocou um satélite comercial em órbita na semana passada. Enquanto a Coreia do Norte já tentou lançar satélites de “observação da Terra” em várias ocasiões, obtendo sucesso em dois lançamentos anteriores, o último ocorrendo em 2016. A mídia estatal norte-coreana criticou os planos de compartilhamento de dados em tempo real sobre lançamentos de mísseis entre Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, retratando esses países como discutindo “ações sinistras” para fortalecer a cooperação militar.
À medida que a tensão aumenta na Ásia Oriental, o Japão se prepara para o iminente lançamento de satélite pela Coreia do Norte, colocando suas defesas antimísseis em alerta máximo. Com o objetivo de proteger seu território, o Japão prometeu interceptar qualquer ameaça proveniente da Coreia do Norte. Enquanto isso, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos dessa situação delicada, buscando maneiras de lidar com a escalada das tensões. Continuaremos atualizando este artigo à medida que mais informações surgirem.
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