A liberdade de imprensa na Ásia enfrenta severas restrições impostas por regimes autoritários, conforme revelado no mais recente Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa de 2024 pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O relatório destaca que a maioria dos países asiáticos viu suas pontuações diminuírem devido ao aumento do controle governamental e às políticas de repressão.
Nos países como China (172º), Vietnã (174º) e Coreia do Norte (177º), o controle estrito sobre a mídia persiste com censura, vigilância e prisões de jornalistas. Esses países estão entre os mais repressivos do mundo, com políticas que efetivamente bloqueiam o fluxo livre de informações e punem qualquer forma de dissidência jornalística.
Na China, a repressão é abrangente, com uma vigilância massiva e uma censura que impede a divulgação de informações consideradas sensíveis ou contrárias à narrativa oficial. O Vietnã e a Coreia do Norte seguem práticas semelhantes, com numerosos jornalistas enfrentando longos períodos de detenção por reportarem temas sensíveis ao estado.
O relatório também menciona a grave situação no Afeganistão (178º), onde a liberdade de imprensa tem sido drasticamente limitada desde o retorno ao poder dos talibãs. A queda acentuada na classificação do país é refletida através de assassinatos e detenções de jornalistas, um claro indicativo do ambiente perigoso para a mídia.
Outros países asiáticos, como Bangladesh (165º) e Paquistão (152º), também enfrentam violência contra jornalistas e um aumento na impunidade para esses crimes. Bangladesh registrou três assassinatos de jornalistas, enquanto o Paquistão viu um aumento nas detenções arbitrárias e desaparecimentos forçados.
O relatório da RSF ressalta que, apesar de algumas nações mostrarem uma progressão no ranking, como a Índia (159º) que subiu dois lugares, a realidade é de um retrocesso na liberdade de imprensa devido à adoção de leis repressivas em todo o continente.
Este ano, nenhum país da região aparece entre os top 15 do Ranking e embora enfrentem desafios em termos do direito à informação, as democracias da região, como Taiwan (27º), mantêm o seu papel de modelos de liberdade de imprensa.
Apesar dos desafios persistentes e das ameaças contínuas à liberdade de imprensa, o Brasil demonstrou sinais de progresso no último Ranking. O país subiu dez posições, alcançando o 82º lugar entre 180 nações avaliadas. O avanço mostra uma tendência de melhoria desde o fim do governo anterior, marcado por uma postura crítica e frequentemente hostil em relação à mídia. As mudanças administrativas e o maior reconhecimento da importância da imprensa como pilar democrático contribuíram para essa melhora, embora a concentração de mídia e a violência contra jornalistas ainda representem desafios.
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