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Polícia sul-coreana investiga Telegram por cumplicidade em deepfakes

Nesta segunda-feira (2), o Gabinete de Investigações Nacionais da Agência Nacional de Polícia da Coreia do Sul anunciou a abertura de uma investigação preliminar sobre o Telegram, aplicando acusações de cumplicidade em crimes sexuais envolvendo deepfake. Durante o período de 26 a 29 de agosto, foram registradas 88 denúncias relacionadas, resultando na identificação de 24 suspeitos.

Segundo Woo Jong-soo, chefe do gabinete, “De janeiro a julho deste ano, foram registradas 297 denúncias, com uma média semanal de 9,5 denúncias. Na semana passada, o número de denúncias foi quase 10 vezes maior. Acredito que, assim como no movimento ‘Me Too’, as vítimas estão denunciando ativamente casos que anteriormente eram ignorados.”

Assim como as autoridades francesas, a Delegacia de Polícia de Seul iniciou uma investigação preliminar contra o Telegram e pretende colaborar com as autoridades francesas e diversas organizações internacionais para aprimorar os métodos de investigação do aplicativo. Esta é a primeira vez que a polícia sul-coreana investiga a empresa, demonstrando a determinação do governo sul-coreano em combater os crimes envolvendo deepfake.

A polícia está focada em investigar oito bots do Telegram que geram automaticamente materiais de exploração sexual com deepfake, além de monitorar grupos que utilizam esses programas para criar e distribuir conteúdos ilícitos.

Deepfake e o impacto na indústria do entretenimento

Entre as vítimas desses crimes, estão diversas idols coreanas, cujas imagens foram manipuladas pelos criminosos. A YG Entertainment emitiu nesta segunda um comunicado afirmando: “Estamos cientes da situação em que vídeos deepfake inapropriados estão sendo produzidos e distribuídos em relação aos nossos artistas. Estamos monitorando continuamente as atividades ilegais e tomando todas as ações legais possíveis, incluindo processos criminais.”

Recentemente, foi descoberto que coreanos são os principais alvos da pornografia deepfake, com 95% das pessoas envolvidas trabalhando na indústria do entretenimento. Cantoras coreanas são especialmente visadas, representando 58% das vítimas desses vídeos.

Antes da YG Entertainment, a JYP Entertainment também se posicionou, avisando que não ficaria parada diante da disseminação de pornografia envolvendo os rostos das integrantes do grupo Twice, prometendo uma resposta legal rigorosa.

Fonte: (1) (2)/ Foto: police.go.kr

Talita Franca

Jornalista apaixonado pela cultura coreana, acompanhando desde 2019 o universo dos comebacks, kdramas e a culinária do país. O que começou como curiosidade se transformou do dia a dia e uma terapia antiestresse.

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