As empresas SM Entertainment e HYBE, reportaram quedas significativas nos lucros e nas vendas do terceiro trimestre de 2024, refletindo um período de desafios tanto financeiros quanto internos. Enquanto a SM apontou para menores vendas de álbuns e custos crescentes de produção, a HYBE enfrentou impacto adicional devido a uma disputa judicial com Min Hee-jin, ex-CEO da Ador.
A SM Entertainment registrou uma receita consolidada de 242,2 bilhões de won (cerca de US$ 175,6 milhões), uma queda de 9% em relação ao ano anterior, e um lucro operacional de 13,3 bilhões de won, refletindo uma baixa expressiva de 73,6%. Os motivos principais foram a diminuição nas vendas de álbuns e as crescentes despesas de produção, incluindo investimentos na série documental “Dear Alice” da BBC sobre o primeiro boy group britânico da empresa.
Apesar dos números fracos, a SM aposta em novos projetos e na estreia de um novo grupo feminino em janeiro de 2024, o primeiro desde a estreia do grupo aespa há cinco anos. A estratégia faz parte do plano “SM 3.0”, que busca expandir o portfólio de propriedade intelectual e introduzir novos artistas, como o grupo virtual Naevis. Para o 30º aniversário da empresa, a SM prepara um concerto comemorativo SMTown Live e colaborações especiais.
Já a HYBE reportou um lucro operacional de 54,2 bilhões de won (US$ 39 milhões) no trimestre, uma redução de 25,4% ano a ano, enquanto a receita total caiu 1,9%, para 527,8 bilhões de won. O lucro líquido sofreu uma queda mais acentuada, caindo 98,6% para apenas 1,4 bilhão de won. As vendas do segmento de “participação direta” dos artistas – incluindo álbuns, shows e aparições em comerciais – caíram 18,8%, enquanto as de “participação indireta”, como merchandising e plataformas de fãs, aumentaram 31,8%, impulsionadas pelo crescimento de 63,6% nas vendas de conteúdo.
O desempenho da HYBE foi ainda impactado pela disputa judicial em andamento com Min Hee-jin. Após uma auditoria interna lançada em abril, que alegava que Min tentava tomar controle do grupo NewJeans e da sublabel Ador, a ex-CEO contestou a empresa, gerando um embate que resultou em uma decisão judicial contra seu pedido de reintegração. Em outubro, o conselho de Ador também votou contra o retorno de Min, intensificando o conflito interno.
Mesmo com os resultados adversos, as duas empresas se mostram otimistas. A SM planeja expandir sua linha de artistas e lançar projetos comemorativos para 2024. Já a HYBE, apesar dos desafios, aposta em fortalecer suas atividades de merchandising e conteúdo digital para impulsionar o crescimento.
Especialistas do setor avaliam que o mercado do K-pop permanece promissor, mas que as empresas precisarão equilibrar investimentos em novas produções com a gestão de conflitos internos e com uma base de fãs cada vez mais exigente.
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