Tailândia: Polícia utiliza balas de borracha para dispersar manifestantes em protestos

Em 7 de agosto a polícia da Tailândia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar as multidões durante os protestos em Bangkok contra o governo apoiado pelos militares do primeiro-ministro Prayut Chan-o-cha, disse o portal de notícias The Reporters.

As pessoas foram às ruas em Bangkok para protestar contra o manejo da pandemia COVID-19 pelo governo. Os manifestantes exigem a renúncia do governo, bem como a adoção de uma nova constituição e a realização de eleições.

Além das demandas usuais, os manifestantes também clamavam pelo redirecionamento dos recursos orçamentários da compra de armas do exército para a compra de vacinas de mRNA COVID-19, Pfizer e Moderna. Uma vez que os novos casos de COVID-19 na Tailândia atingiram um novo patamar de 21.838 por dia.

As únicas vacinas atualmente em uso são AstraZeneca, que é produzida internamente, mas em quantidades insuficientes, e Sinovac, que não é tão eficaz contra a nova variante Delta.

A emissora colocou uma transmissão ao vivo em um dos três principais locais de protesto na parte norte da cidade, no cruzamento Din Daeng. Portanto, foi possível observar os manifestantes se reunirem para tentar uma marcha em direção à residência do primeiro-ministro.

A polícia lançou canhões de água e granadas de gás lacrimogêneo pela primeira vez por volta das 16h local (09h GMT), quando uma vanguarda de manifestantes entrou em confronto com uma unidade das forças especiais da polícia armada com equipamento de controle de multidão e escudos de plástico.

Por volta das 16h15, a polícia anunciou que estava abrindo fogo contra os manifestantes com balas de borracha. Depois disso, a polícia disparou balas de borracha e granadas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Segundo o The Reporters, das mais de 1.000 pessoas na marcha, mais de 100 foram atingidas por gás lacrimogêneo nos primeiros 15 minutos. Os que estavam na parte de trás da coluna distribuíram garrafas de água para ajudar com os ferimentos.

No entanto, as balas de borracha perturbaram as fileiras e forçaram muitos dos manifestantes a fugir do local. A polícia não seguiu em perseguição e manteve sua formação, mas continuou a disparar granadas de gás lacrimogêneo contra a multidão persistente.

Pelas 16:45, os manifestantes que antes se dispersavam pelas ruas vizinhas começaram a se reunir na praça novamente.

Os protestos antigovernamentais foram encenados simultaneamente por várias organizações de oposição em três locais, incluindo dois no centro histórico de Bangkok e um no cruzamento Din Daeng.

Os protestos foram anunciados três dias antes. Entretanto, a polícia não autorizou a ação devido ao estado de emergência em relação à COVID-19 e um bloqueio que proíbe aglomerações.

Mais de 5.700 policiais foram destacados e 14 postos de controle foram montados nas ruas adjacentes às cidades de protesto.

O país tem sido dominado por protestos antigovernamentais desde dezembro de 2019. Manifestantes pró-democracia exigem a renúncia do gabinete, bem como uma reforma da constituição e da monarquia.

 

 

Fontes: (1) | Fotos: May Wong | CNA via Twitter