O tribunal de Seul anunciou, na segunda-feira (30), as sentenças sobre o esmagamento em massa ocorrido em Itaewon, em outubro de 2022, que resultou na morte de 159 pessoas. A tragédia aconteceu durante as festividades de Halloween e envolveu tanto a polícia quanto a administração distrital de Yongsan.
O tribunal concluiu que a polícia de Yongsan poderia ter previsto o desastre e, portanto, tinha o dever de tomar medidas preventivas. No dia, as forças policiais estavam ocupadas com manifestações próximas ao escritório presidencial, o que limitou sua presença em Itaewon. Isso reforçou a ideia de que a mudança do escritório presidencial impactou negativamente a segurança local.
O tribunal sentenciou Lee Im-jae, ex-chefe da Estação Policial de Yongsan, e outros oficiais, por negligência em suas funções. A corte concluiu que, devido ao grande número de pessoas no estreito beco de Itaewon, a polícia “previa ou poderia ter previsto o risco de ferimentos graves ou mortes” causados pela compressão da multidão. Contudo, as autoridades falharam em adotar medidas de segurança adequadas. Eles teriam violado as obrigações previstas na Lei de Desempenho de Deveres por Oficiais de Polícia e priorizado o combate a atividades criminosas.
Por outro lado, o tribunal absolveu os oficiais do Escritório Distrital de Yongsan, incluindo a chefe Park Hee-young. A alegação é que o governo não tinha a obrigação, sob a legislação de segurança em desastres, de prevenir incidentes em grandes aglomerações sem organizadores específicos. O tribunal destacou que o escritório não possuía autoridade para dispersar multidões nem a obrigação de solicitar cooperação da polícia para formular medidas de segurança.
A decisão provocou indignação entre os familiares das vítimas, que acreditam que o governo poderia ter prevenido a tragédia com medidas adequadas. Durante o anúncio da absolvição, familiares lamentaram em meio a gritos de desespero. Lee Jeong-min, presidente do comitê de famílias enlutadas, questionou a lógica da absolvição. Ele expressou sua frustração com o sistema judicial, destacando que a luta pela justiça ainda não terminou.
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