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Tropas do Sri Lanka abrem fogo para conter tumultos por combustível

Os militares do Sri Lanka abriram fogo para conter tumultos em um posto de combustível, disseram as autoridades neste domingo (19), enquanto filas sem precedentes para gasolina e diesel eram vistas em todo o país, que está falido.

Tropas dispararam em Visuvamadu, 365 quilômetros ao norte de Colombo, na noite de sábado, quando seu ponto de guarda foi apedrejado, disse o porta-voz do Exército Nilantha Premaratne.

“Um grupo de 20 a 30 pessoas atirou pedras e danificou um caminhão do exército”, disse Premaratne à agência de notícias, AFP.

A polícia disse que quatro civis e três soldados ficaram feridos quando o Exército abriu fogo pela primeira vez para conter os distúrbios ligados ao agravamento da crise econômica.

Ao passo que as bombas ficaram sem gasolina, os motoristas começaram a protestar e a situação se transformou em um confronto com as tropas, disse a polícia.

O Sri Lanka está sofrendo sua pior crise econômica desde a independência. Atualmente, o país não possui fundos, em dólares, para realizar importações. Assim, o Sri Lanka está incapacitado  importar itens essenciais, incluindo alimentos, combustível e medicamentos.

A população de 22 milhões de habitantes do país enfrenta escassez aguda e longas filas por suprimentos escassos. Enquanto isso, o presidente Gotabaya Rajapaksa há meses resiste a pedidos de renúncia por má gestão.

 

Colombo | Foto: Alex Azabache | Unsplash


O país mobilizou policiais e tropas armadas para vigiar postos de combustível

Um motorista foi morto a tiros pela polícia em abril na cidade de Rambukkana, no centro, quando eclodiu um confronto por causa da distribuição de gasolina e diesel racionados.

A polícia disse que confrontos envolvendo motoristas eclodiram em três locais no fim de semana. Pelo menos seis policiais ficaram feridos em um confronto, enquanto sete motoristas foram presos.

O governo declarou um fechamento de duas semanas de instituições e escolas estatais. O objetivo era tentar reduzir o deslocamento e conservar os estoques de combustível esgotados no país empobrecido.

O país também está enfrentando uma inflação recorde e longos apagões de energia, assim contribuindo para meses de protestos.

Quatro em cada cinco pessoas no Sri Lanka começaram a pular refeições porque não podem comer, disse a ONU. A organização ainda alerta para uma iminente “crise humanitária terrível” com milhões de pessoas precisando de ajuda.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) começou a distribuir vales alimentação para cerca de 2.000 mulheres grávidas. A ação se concentra nas áreas “desfavorecidas” de Colombo como parte da “assistência para salvar vidas” na quinta-feira (16).

O PMA está tentando arrecadar US$60 milhões (aproximadamente R$300 milhões de reais) para um esforço de ajuda alimentar entre junho e dezembro.

O Sri Lanka deixou de pagar sua dívida externa de US$ 51 bilhões em abril. No entanto, o país está em negociações com o Fundo Monetário Internacional para um resgate.

 

 

Daniele Almeida

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