O governo da Coreia do Sul revelou que deteve 387 pessoas este ano por crimes sexuais envolvendo deepfake, sendo 80% delas adolescentes. O dado divulgado nesta quinta-feira (26) pela Agência Nacional de Polícia, destaca o impacto crescente desses crimes entre jovens.
Desde janeiro até a última quarta-feira (25), tiveram 812 boletins de ocorrência relacionados a crimes sexuais com deepfake em todo o país. Desses casos, 367 ocorreram no último mês, após o início de uma operação especial em 28 de agosto para combater a crescente gravidade desse tipo de crime.
Entre os suspeitos detidos, 83,7% (324 pessoas) eram adolescentes, incluindo 66 menores de 14 anos, que, segundo a lei sul-coreana, estão isentos de punição criminal. Além disso, 50 suspeitos estavam na faixa dos 20 anos, 9 na casa dos 30, e apenas 4 pessoas tinham 40 anos ou mais.
Entre os detidos pelo crime há dois adolescentes presos por vender conteúdo deepfake no aplicativo de mensagens Telegram entre novembro do ano passado e julho deste ano. Outros 24 indivíduos também estão sendo investigados por comprarem esses conteúdos. Além disso, um homem na faixa dos 30 anos foi encaminhado ao Ministério Público após manipular imagens de rostos de 24 amigos e colegas para criar 128 vídeos deepfake. Ele os distribuiu no Telegram entre dezembro de 2022 e julho de 2023.
Início da investigação
No início de setembro, a polícia sul-coreana já havia lançado uma investigação preliminar sobre o Telegram, buscando apurar a cumplicidade da plataforma nesses crimes. No último sábado, mais de 6 mil pessoas protestaram em Seul pedindo uma resposta mais forte do governo e mudanças nas leis para combater de forma eficaz este tipo de crime. Eles afirmam que a legislação atual não acompanha o avanço das tecnologias que facilitam esses abusos.
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Jornalista apaixonado pela cultura coreana, acompanhando desde 2019 o universo dos comebacks, kdramas e a culinária do país. O que começou como curiosidade se transformou do dia a dia e uma terapia antiestresse.