Com a aproximação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2023, marcado para os dias 5 e 12 de novembro, a preparação dos estudantes entra em uma fase crucial. Dentre os inúmeros temas que podem ser abordados no exame, a geopolítica asiática se destaca por sua relevância e complexidade.
Esta região, rica em história e diversidade cultural, também é palco de algumas das mais intrincadas disputas territoriais e tensões geopolíticas da contemporaneidade. A compreensão destes cenários não apenas proporciona uma visão mais aprofundada das dinâmicas globais, mas também prepara os candidatos para as questões do ENEM que podem explorar as implicações e contextos desses conflitos.
Neste artigo, iremos destrinchar os principais tópicos da geopolítica asiática, fornecendo uma revisão para auxiliar na preparação dos estudantes para o exame.
O Mar do Sul da China é uma região marítima estrategicamente vital, localizada entre a China, Taiwan, as Filipinas, a Malásia, Brunei e o Vietnã. É rico em recursos naturais, como petróleo e gás, além de ser uma rota comercial crucial para a região.
Essas nações reivindicam a soberania sobre partes das cadeias de ilhas Paracels e Spratlys, que são, em grande parte, desabitadas. O cerne da disputa gira em torno das reivindicações da China, que se baseiam em direitos históricos, e alega a maior parte do território na região. Os EUA, embora não tenham reivindicações territoriais na área, realizaram exercícios militares na região, aumentando as tensões entre a China e os EUA, bem como com os outros países envolvidos.
A disputa também levou a manifestações públicas. Por exemplo, em 2018, manifestantes se reuniram fora do consulado chinês em Makati, Filipinas, para protestar contra as atividades de recuperação de terras da China no Mar do Sul da China.
A China tem uma reivindicação conhecida como “linha de nove traços”, que é uma demarcação usada pelo governo chinês para reivindicar quase todo o Mar do Sul da China. Isso tem sido um ponto de controvérsia, especialmente com as Filipinas que acusam a China de manobras perigosas na região.
Os Estados Unidos também têm uma política específica em relação às disputas no Mar do Sul da China, conforme delineado em um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso de 2021, que destaca as reivindicações de vários governos asiáticos na região.
Além disso, a geopolítica do Mar do Sul da China é descrita como uma das mais importantes, estratégicas e contenciosas do mundo. A evolução das reivindicações dos estados litorâneos e o desenvolvimento do direito internacional em relação ao Mar do Sul da China são complicados e muitas vezes mal compreendidos.
A disputa territorial no Mar do Sul da China tem raízes históricas profundas. A China reivindica a maior parte da região, baseando suas reivindicações em mapas históricos. Por outro lado, os países do sudeste asiático têm reivindicações baseadas no direito internacional, especificamente na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS).
A disputa territorial tem amplas implicações geopolíticas, incluindo tensões militares e diplomáticas entre os países envolvidos. Além disso, a região é vital para o comércio global, e qualquer interrupção na liberdade de navegação pode ter repercussões econômicas globais.
A disputa territorial no Mar do Sul da China pode ser abordada no ENEM 2023 de várias maneiras, incluindo questões que exploram as reivindicações territoriais dos países envolvidos, as implicações geopolíticas da disputa, ou as normas e leis internacionais que regem as reivindicações territoriais marítimas.
Por exemplo, uma questão do ENEM pode pedir aos estudantes que analisem um mapa do Mar do Sul da China com as reivindicações territoriais dos países envolvidos, e respondam perguntas sobre as disputas territoriais ou as implicações geopolíticas dessas reivindicações.
Além disso, questões de redação podem explorar os temas de soberania, cooperação internacional, e a busca por recursos naturais, todos intrinsecamente ligados à disputa no Mar do Sul da China.
A atual guerra entre a Rússia e a Ucrânia teve início em 2022, após uma escalada do conflito Russo-Ucraniano que vem se desenrolando desde 2014. A invasão russa marcou o maior ataque a um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial, causando um número substancial de baixas civis e militares, deslocando milhões e criando a maior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Além disso, os danos ambientais ampliados pela guerra foram descritos como um ecocídio, contribuindo para crises alimentares em todo o mundo.
A relação tumultuada entre a Rússia e a Ucrânia tem suas raízes na história complexa e muitas vezes conflituosa da região. As tensões modernas podem ser rastreadas até a dissolução da União Soviética em 1991, que levou à independência da Ucrânia. No entanto, as disputas territoriais e as diferenças políticas entre os dois países têm uma longa história.
Em 2014, a Rússia anexou a península da Crimeia, uma parte da Ucrânia, após a Revolução da Dignidade da Ucrânia e a subsequente remoção do presidente pró-russo Viktor Yanukovych. Esta anexação foi condenada pela comunidade internacional e levou a uma série de sanções contra a Rússia.
A guerra em 2022 foi precedida por uma acumulação de tropas russas perto das fronteiras da Ucrânia, apesar das negações oficiais russas de quaisquer planos de ataque. Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia lançou uma “operação militar especial” para apoiar as repúblicas separatistas pró-russas de Donetsk e Luhansk, que estavam em conflito com a Ucrânia desde 2014. O Presidente russo, Vladimir Putin, apresentou argumentos irredentistas desafiando o direito de existência da Ucrânia, e falsamente alegou que a Ucrânia era governada por neo-nazistas perseguindo a minoria russa. A invasão foi lançada a partir de três frentes: norte, sul e leste, com ataques aéreos e terrestres avançando em direção a várias cidades importantes na Ucrânia, incluindo Kyiv e Kharkiv.
Além da anexação da Crimeia, a Rússia tem apoiado separatistas na região oriental da Ucrânia, conhecida como Donbass, resultando em um conflito armado contínuo que tem visto uma série de cessar-fogo falhados.
As tropas russas encontraram resistência ucraniana substancial, recuando do front norte em abril de 2022. No entanto, no sul e sudeste, a Rússia capturou várias cidades após cercos destrutivos. Durante o final de 2022, a Ucrânia lançou contra-ofensivas bem-sucedidas, e em junho de 2023, uma nova contra-ofensiva foi lançada no sudeste, apesar das pesadas defesas russas.
A guerra tem se intensificado com vários ataques e operações militares em andamento. Recentemente, em 15 de outubro de 2023, ataques russos resultaram na morte de quatro ucranianos em diferentes cidades. Além disso, quase 30 drones ucranianos foram abatidos pelas defesas aéreas russas. A situação também tem atraído a intervenção e o envolvimento de outros países, com a Casa Branca acusando a Coreia do Norte de fornecer equipamentos militares para a Rússia. Diplomaticamente, o conflito também tem sido um tópico de discussão em encontros internacionais, como evidenciado pelo recente encontro entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o Presidente chinês, Xi Jinping.
A invasão russa foi condenada internacionalmente, levando a uma resolução da Assembleia Geral da ONU e ordens do Tribunal Internacional de Justiça para a Rússia suspender as operações militares. Diversos países impuseram sanções à Rússia e Belarus, forneceram ajuda humanitária e militar à Ucrânia, e protestos ocorreram globalmente. Mais de 1.000 empresas encerraram operações na Rússia e em Belarus como resultado da invasão, e o Tribunal Penal Internacional abriu investigações sobre possíveis crimes de guerra, emitindo um mandado de prisão para Putin em março de 2023.
A guerra Rússia-Ucrânia tem amplas implicações geopolíticas, incluindo o risco de uma escalada maior que poderia envolver outras potências globais. Além disso, a guerra tem causado uma crise humanitária com muitas vítimas e deslocados.
O conflito Rússia-Ucrânia pode ser abordado no ENEM 2023 sob várias perspectivas, incluindo as implicações geopolíticas da guerra, as relações internacionais, as reações globais ao conflito, e os direitos humanos. Questões podem explorar o contexto histórico do conflito, as ações e reações dos países envolvidos e da comunidade internacional, bem como as consequências humanitárias e globais da guerra.
Por exemplo, uma questão do ENEM 2023 pode pedir aos estudantes que analisem um mapa mostrando as áreas de conflito, ou que discutam as implicações globais da guerra. Além disso, temas de redação podem explorar questões de direitos humanos, respostas internacionais a crises, ou as ramificações de conflitos geopolíticos em um mundo globalizado.
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