Justiça sul-coreana decide que NewJeans deve manter contrato com ADOR

Tribunal de Seul rejeita pedido do grupo e determina que o contrato exclusivo com a agência continua válido.

O tribunal central de Seul decidiu que o grupo NewJeans deve continuar sob contrato com a ADOR, encerrando o primeiro julgamento da disputa judicial que mobilizou a indústria do K-pop desde o final de 2024.

A 41ª Vara Cível do Tribunal Central de Seul, presidida pelo juiz Jeong Hoe-il, concluiu nesta quinta-feira (30), em horário local, que a ação movida pela ADOR para confirmar a validade do contrato exclusivo com as cinco integrantes do grupo procede, rejeitando os argumentos de rescisão apresentados pela defesa das artistas.

O caso começou em novembro de 2024, quando o NewJeans anunciou publicamente que romperia com a agência, alegando “quebra de confiança” após a saída da produtora e ex-CEO Min Hee-jin. A ADOR, subsidiária da HYBE Corporation, respondeu afirmando que o contrato permanecia válido e que não havia base legal para a rescisão.

Segundo o veredito, a demissão de Min Hee-jin da direção da ADOR não constitui violação grave do contrato, e portanto não justifica a dissolução do vínculo entre a empresa e o grupo. O tribunal destacou que “a ausência da ex-diretora não gerou lacuna operacional nem impossibilitou a continuidade das atividades do NewJeans”, e acrescentou que o papel de Min Hee-jin não era elemento central no contrato assinado com as artistas.

Além disso, o tribunal observou que o conflito entre Min Hee-jin e a HYBE teve origem na própria ex-diretora, apontando que ela teria tentado “criar um ambiente de opinião pública desfavorável à HYBE” com o objetivo de se separar do conglomerado levando o grupo consigo.

Foto: Star Today DB

Com a decisão, o NewJeans deve continuar vinculado à ADOR, e as integrantes seguem impedidas de realizar atividades independentes sem autorização da agência. O resultado representa uma vitória judicial para a ADOR e para a HYBE, e um revés para o grupo, que pretendia renegociar ou encerrar o contrato vigente.

O julgamento ocorre quase um ano após o início da disputa. Durante o processo, o tribunal já havia imposto liminar proibindo o NewJeans de atuar por conta própria, sob pena de multa de até 10 bilhões de won (cerca de R$ 38 milhões) por violação. Duas tentativas de conciliação, realizadas em agosto e setembro de 2025, terminaram sem acordo.

Ainda não há confirmação se o grupo recorrerá da decisão, mas a defesa do NewJeans pode apresentar apelação ao Tribunal Superior de Seul. Caso isso ocorra, a batalha judicial deverá se estender pelos próximos meses.

Fonte: (1) (2) | Foto de capa: News1

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Dani Almeida é jornalista (MTB 0095360/SP) e estudou Ciências Sociais na UNIFESP. Atua como editora no Portal Asia ON e na Tune Wav, é colunista no Portal IT Life e redatora.

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