Evento gratuito acontece em outubro, celebra tradição milenar e traz gastronomia típica com destaque para o Bolo da Lua
A Rua 25 de Março se transforma, nos dias 4 e 5 de outubro, em um grande palco da cultura chinesa. O Festival da Lua Chinês chega à terceira edição com programação gratuita e, sobretudo, com uma proposta clara: aproximar tradições milenares do cotidiano paulistano. Assim, o público encontra apresentações artísticas, oficinas, barracas temáticas e uma atração que já virou símbolo do evento. Trata-se do maior dragão do Brasil, que percorre a via comercial e, consequentemente, cria um espetáculo visual raro na cidade.
Também chamado de Festival do Meio do Outono, o encontro integra famílias, amigos e curiosos. Ao mesmo tempo, valoriza um patrimônio imaterial que atravessa gerações. Em 2024, por exemplo, o evento recebeu mais de 200 mil pessoas e registrou no RankBrasil o dragão de 105,91 metros. Agora, ele retorna ainda mais aguardado e, portanto, tende a ser o ponto alto do roteiro cultural do fim de semana.
Além da cenografia, o festival preserva costumes que dão sentido à celebração. Presentear com bolos da lua segue como gesto de união e boa sorte. Por isso, as barracas apresentam versões tradicionais e, ainda, releituras pensadas para agradar diferentes paladares. Dessa forma, a gastronomia funciona como porta de entrada para a história e, ao mesmo tempo, para o afeto que envolve a data.
“Desde a primeira edição, mostramos que a 25 de Março pode ser também um espaço familiar e cultural, com segurança e limpeza, além da compra”, afirma Vitor Zhu, vice-presidente da Associação de Caridade China-Brasil. “Assim, lojistas estendem o horário, o centro histórico se revitaliza e o público vivencia a cidade de outra maneira.”
Origem e simbolismo do Festival da Lua
A celebração remonta à Dinastia Tang (618–907). Naquele período, agricultores ligaram o ciclo da lua às estações e, portanto, às colheitas. Como agradecimento pela fartura, passaram a oferecer alimentos à lua nas noites de outono, quando ela aparece mais plena e brilhante. Com o tempo, lendas reforçaram o sentido do ritual. A narrativa de Chang’e, por exemplo, explica por que a deusa permanece na lua após tomar o elixir da imortalidade para impedir um roubo. Desde então, famílias se reúnem e, consequentemente, preparam bolos redondos que simbolizam plenitude e bons presságios.
Trazer esse repertório para o centro de São Paulo amplia o diálogo entre comunidades. Logo, o festival não se limita ao entretenimento. Ele promove educação patrimonial, incentiva a convivência e, ainda, fortalece a economia local. Enquanto as danças do leão e do dragão ocupam as ruas, oficinas e demonstrações de artes marciais introduzem conceitos e técnicas. Paralelamente, lanternas coloridas acesas ao entardecer criam um ambiente imersivo que, portanto, convida o visitante a permanecer.
Cultura, gastronomia e integração
A programação combina tradição e contemporaneidade. Assim, o público assiste a danças folclóricas, participa de workshops e observa mestres de kung fu e taiko em ação. Em seguida, pode degustar pratos típicos e, inclusive, experimentar recheios clássicos dos bolos da lua — como pasta de feijão vermelho, sementes de gergelim e ovos salgados. Portanto, o percurso do visitante costura conhecimento, sabores e memória.
Segundo a organização, o objetivo central permanece o mesmo: acolher e compartilhar. Desse modo, a comunidade chinesa apresenta seus costumes, enquanto a cidade retribui com presença e curiosidade. No fim, todos ganham um encontro que renova laços, atualiza referências e, ainda, projeta futuras colheitas culturais.
Serviço – 3º Festival da Lua Chinês em São Paulo
Data: 4 e 5 de outubro de 2025 Horário: sábado das 10h às 21h; domingo das 10h às 18h Local: Rua 25 de Março, esquina com a Ladeira Porto Geral – Metrô São Bento, Centro Histórico – São Paulo/SP Entrada: gratuita, para toda a família
Dani Almeida é jornalista (MTB 0095360/SP) e estudou Ciências Sociais na UNIFESP. Atua como editora no Portal Asia ON e na Tune Wav, é colunista no Portal IT Life e redatora.
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