O tufão Ragasa, considerado o ciclone mais forte de 2025, deixou dezenas de mortos em Taiwan e nas Filipinas antes de atingir o sul da China nesta quarta-feira (24). Com ventos que chegaram a 260 km/h no auge, o fenômeno provocou inundações, destruição de infraestruturas e a evacuação de milhões de pessoas.
Em Taiwan, as autoridades confirmaram 17 mortes e 32 feridos, além de 17 desaparecidos no condado de Hualien. Um lago de barreira transbordou após chuvas intensas, destruindo a ponte Mataian e transformando ruas da cidade de Guangfu em rios de lama que arrastaram carros e móveis.
Nas Filipinas, o governo registrou 10 mortos, a maioria pescadores atingidos por ondas gigantes no norte do país. Outros cinco permanecem desaparecidos, e mais de 25 mil pessoas foram levadas para abrigos de emergência.
Na China continental, Ragasa chegou ao fim da tarde à cidade de Yangjiang, em Guangdong, uma das províncias mais populosas do país. O governo anunciou a evacuação de 1,9 milhão de pessoas e liberou recursos emergenciais para a região. Em Chuandao, na cidade de Jiangmen, rajadas chegaram a 241 km/h, a maior velocidade já registrada no local. O Centro Meteorológico da China emitiu alerta máximo de maré de tempestade, com ondas de até 2,8 metros.

Hong Kong enfrentou ventos de 195 km/h e fortes inundações. Ao menos 90 pessoas ficaram feridas, centenas buscaram refúgio em abrigos temporários e a cidade registrou queda de árvores, destelhamentos e até a colisão de um navio na orla. Em Macau, ruas viraram córregos com detritos, escolas e cassinos fecharam, e equipes de resgate usaram botes infláveis para salvar moradores.
O observatório de Hong Kong classificou Ragasa como o segundo ciclone mais forte no Mar da China Meridional desde 1950, empatando com os tufões Saola (2023) e Yagi (2024).
Especialistas alertam que eventos extremos como Ragasa devem se intensificar com as mudanças climáticas. Para Benjamin Horton, diretor da Escola de Energia e Meio Ambiente da City University de Hong Kong, “os fenômenos extremos que vemos hoje são apenas uma prévia do que virá nas próximas décadas”.
Fonte: (1) (2) | Foto capa: Chan Long Hei/AP via NPR
Dani Almeida é jornalista (MTB 0095360/SP) e estudou Ciências Sociais na UNIFESP. Atua como editora no Portal Asia ON e na Tune Wav, é colunista no Portal IT Life e redatora.





