A recente crise política na Coreia do Sul, marcada pela declaração de lei marcial pelo presidente Yoon Suk Yeol, gerou intensas reações e eventos que se desenrolaram rapidamente. Aqui está uma explicação detalhada e organizada em ordem cronológica para ajudar a compreender tudo o que aconteceu:
O que é lei marcial?
A lei marcial é uma medida extrema que suspende direitos civis e transfere o poder para as forças militares, normalmente usada em situações de guerra ou grave crise nacional. Na Coreia do Sul, ela está prevista na Constituição e permite ao presidente mobilizar o exército para “manter a segurança e a ordem pública.”
O início da crise: declaração de lei marcial
Na noite do dia 3 de dezembro, sem qualquer aviso prévio, o presidente Yoon Suk Yeol fez um pronunciamento em rede nacional declarando lei marcial. Ele alegou que a medida era necessária para combater “forças antiestado” que, segundo ele, ameaçavam a liberdade e a segurança da Coreia do Sul.
O anúncio foi feito às 22h20 (horário local) e a lei entrou em vigor às 23h. Yoon acusou a oposição, que controla a Assembleia Nacional, de “paralisar o governo” e realizar “atividades antiestado.” A oposição e até membros do próprio governo classificaram a medida como desproporcional e inconstitucional.
Reações imediatas
Logo após o anúncio, líderes políticos, incluindo Han Dong-hoon (líder do partido governista) e Lee Jae-myung (líder da oposição), se mobilizaram contra a decisão.
Parlamentares começaram a se reunir no prédio do parlamento em Seul para votar a anulação da lei marcial. De acordo com a Constituição sul-coreana, o parlamento pode revogar a lei marcial por maioria simples.
Tropas sob o comando da lei marcial tentaram bloquear o acesso ao parlamento e chegaram a usar força para entrar no prédio. Imagens mostraram soldados quebrando janelas e parlamentares construindo barricadas improvisadas para impedir o avanço.
A votação no parlamento
Apesar das tentativas de obstrução, o parlamento conseguiu reunir quorum suficiente e, à 1h01 do dia 4 de dezembro, aprovou por unanimidade a revogação da lei marcial.
Todos os 190 parlamentares presentes votaram a favor da revogação. Mesmo após a votação, as forças militares permaneceram nos arredores do prédio do parlamento por algumas horas.
Retirada das forças militares
Por volta das 4h da manhã, o presidente Yoon anunciou que as forças militares estavam se retirando do parlamento e prometeu que a lei marcial seria oficialmente encerrada após uma reunião de gabinete.
O anúncio não foi suficiente para acalmar os ânimos, já que muitos acusaram o presidente de abuso de poder.
Durante a noite, o mercado financeiro sul-coreano foi afetado. A moeda local, o won, caiu para níveis recordes e ações de empresas coreanas listadas nos EUA sofreram quedas significativas.
Repercussão internacional
A crise chamou a atenção de líderes globais. O governo dos EUA e outros países pediram “resolução pacífica” e monitoraram de perto os acontecimentos. Organizações internacionais destacaram preocupações com a democracia sul-coreana.
O futuro da política na Coreia do Sul
Especialistas acreditam que este episódio terá consequências, como:
- Divisões internas: O partido governista está dividido, com líderes criticando abertamente a decisão de Yoon.
- Impeachment em pauta: A oposição sinalizou que pode iniciar um processo de impeachment contra o presidente.
- Confiança pública abalada: Muitos cidadãos estão frustrados com o governo e temem pelo futuro da democracia no país.
A crise da lei marcial na Coreia do Sul expôs divisões políticas e levantou questões sobre a estabilidade democrática no país. A decisão do presidente Yoon Suk Yeol de declarar a medida foi amplamente contestada pela oposição e por membros do próprio governo, evidenciando diferenças no cenário político.
Apesar da revogação da lei marcial pelo parlamento e da retirada das tropas, a situação deixou questões pendentes. A repercussão internacional e os impactos econômicos mostram como decisões dessa natureza podem influenciar não apenas a política interna, mas também a percepção externa sobre o país. A possibilidade de um processo de impeachment e as discussões políticas que seguem indicarão os próximos passos para o sistema político sul-coreano.
Fonte: (1)
- Daniele Almeidahttps://asiaon.com.br/author/daniele-almeida/
- Daniele Almeidahttps://asiaon.com.br/author/daniele-almeida/
- Daniele Almeidahttps://asiaon.com.br/author/daniele-almeida/
- Daniele Almeidahttps://asiaon.com.br/author/daniele-almeida/