O DJ Hyuny começou sua trajetória artística escrevendo letras aos 16 anos. A partir dessa experiência, percebeu que apenas compor não bastava para construir uma identidade própria. Ao unir produção musical e discotecagem, encontrou uma forma de ampliar suas possibilidades criativas e consolidar um caminho dentro da música.
Suas referências estão divididas entre o Hip-Hop e o K-Pop. O primeiro oferece ritmo e impacto, enquanto o segundo traz performance e estética. O artista busca combinar essas influências, desenvolvendo um som que não se limita a estilos específicos. Essa mesma visão orienta seus sets, que deixaram de ser planejados com antecedência para se transformarem em experiências de improviso, baseadas na reação do público em tempo real.
Em sua primeira visita ao Brasil, o artista revela planos de colaboração com artistas locais e a expectativa de explorar ritmos como baile funk e reggaeton. Em entrevista, Hyuny compartilha os aprendizados de sua jornada, os desafios no palco e a forma como constrói sua relação com os fãs.
O DJ Hyuny se apresenta na Festa Krush, no Prince Tower, em São Paulo, no dia 20 de setembro.

Confira a Entrevista completa com DJ Hyuny:
O que te inspirou a começar sua carreira como DJ e como foi seu início na cena musical?
R: Sempre sonhei em me tornar um artista, alguém que cria música com sua própria voz, batidas e estilo. Comecei a escrever letras aos 16 anos, mas logo percebi que apenas fazer música não era suficiente para me destacar. Foi então que decidi combinar minha arte com o DJing, o que me deu uma abordagem mais única e versátil para me expressar.
Quais estilos musicais mais influenciam seu som e como você descreve sua identidade musical?
R: Sempre gostei tanto de Hip-Hop quanto de K-Pop. Admiro a modernidade e a energia crua do Hip-Hop, enquanto o K-Pop me inspira com seus visuais fortes e elementos de performance. Meu objetivo é criar uma sinergia entre os dois, misturar os sons e estéticas de ambos os mundos em algo novo e empolgante.
Como você prepara seus sets? Existe algum processo criativo específico para escolher as músicas e construir a energia da pista de dança?
R: Antes, eu gastava muito tempo preparando meus sets em detalhes antes dos shows. Mas, com o tempo, percebi que sempre acabava mudando a playlist de acordo com a vibe do público. Isso me ensinou que o mais importante não é o plano, é o público se divertindo. Então, agora eu geralmente faço freestyle, me alimentando da energia do momento.
Como surgiu a vontade de produzir suas próprias faixas, além de tocar sets?
R: Sempre sonhei em fazer minha própria música e me tornar um artista reconhecido. Meu objetivo final é ser um artista de gravação que as pessoas realmente queiram ouvir e ver ao vivo, não porque eu as obrigue, mas porque provarei meu valor através do meu trabalho e autenticidade.
Quais DJs ou artistas você mais admira e que servem de referência para você?
R: Eu respeito muitos artistas de diferentes gêneros. Comecei a escrever letras ouvindo Isaiah Rashad, e, com o tempo, fui profundamente inspirado pela ética de trabalho de artistas como DPR Ian, Jay Park, Sik-K e Loopy. Curiosamente, nunca tive um DJ como ídolo, sempre foi sobre artistas de gravação que trazem sua imaginação à vida, transformando a música em obras de arte completas.
Você já teve alguma experiência desafiadora em uma apresentação ao vivo que tenha marcado você? Como lidou com isso?
R: Com certeza. A primeira vez que toquei como DJ, parei a música acidentalmente no meio da festa, esses três segundos de silêncio pareceram os mais longos e aterrorizantes da minha vida! Eu costumava ficar nervoso me apresentando para grandes públicos, especialmente para quem não me conhecia. Mas agora, eu me entrego completamente e me solto no palco. Acho que me viciei na adrenalina!
Qual decisão ou projeto mais impactou sua evolução como artista até agora?
R: Definitivamente, me libertar de um contrato injusto, quase escravizante, que eu tinha com uma antiga agência. Essa experiência me tornou mais forte e determinado. Também me ajudou a perceber o poder das redes sociais e a importância de me conectar com meus apoiadores. Sou profundamente grato aos meus fãs, não importa o que aconteça, sempre estarei ao lado deles, assim como eles estiveram ao meu.
O que te motivou a aceitar o convite para se apresentar no Brasil? Existe algum elemento da cultura brasileira que você gostaria de incluir ou vivenciar no seu show?
R: Sempre sonhei em visitar a América do Sul. Adoro gêneros como reggaeton e baile funk, então estar no Brasil é especialmente empolgante. Estou aqui para gravar um videoclipe para meu próximo single em colaboração com um artista brasileiro local. Espero voltar mais vezes e, da próxima vez, com projetos e causas ainda maiores.
Você pode falar sobre suas faixas? Por favor, mencione duas que ajudem as pessoas a conhecer seu trabalho.
R: Para ser sincero, não sou mais muito fã das minhas faixas lançadas, porque sei que tenho músicas muito melhores a caminho. Mas, se tivesse que escolher, diria HARU, que significa dia a dia em coreano, e Dirty Thurry, com participação do Tibao, da Bélgica. É uma faixa jazzy drill, um som que eu pessoalmente gosto. Todas as faixas no meu Spotify foram produzidas por mim. Mas nunca quero ser rotulado como um artista que faz apenas um gênero, estou constantemente explorando e criando estilos diferentes, do lo-fi hip-hop ao dancehall e trap.
Que mensagem você gostaria de deixar para quem vai te ver ao vivo no Brasil?
R: Honestamente, eu não sei exatamente o que esperar, mas espero me conectar com o público e construir uma pequena comunidade que cresça com o tempo. Quero que as pessoas lembrem da experiência e sintam vontade de voltar para os próximos shows. Nasci em 2000, é hora de um novo rosto representar a nova geração❤️

Fotos: Instagram Hyuny | Agradecimento especial ao Hyuny!
Sou Igor Almeida, 24 anos. Atuo como influencer (@igoralmbb), Redator e Social Media no Portal Asia ON e como redator no ITI LIFE. Produzo conteúdos e pautas sobre cultura, música e o cenário de DJs.
- Igor Almeida
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