Horas após a declaração de lei marcial pelo presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol na noite de terça-feira (3), o Parlamento, dominado pela oposição, aprovou uma moção pedindo a revogação imediata da medida. A votação aconteceu em meio a uma atmosfera de alta tensão, com tropas militares cercando o edifício legislativo e bloqueando seus acessos.
Apesar da votação ter maioria suficiente para solicitar o fim da medida, a lei marcial ainda está em vigor, pois cabe exclusivamente ao presidente revogá-la formalmente, de acordo com a Constituição do país.
A lei marcial, que entrou em vigor às 23h, havia sido justificada por Yoon como uma resposta a supostas ameaças de “forças antiestado pró-Coreia do Norte”. No entanto, opositores rapidamente reagiram, classificando a ação como um ataque à democracia e uma tentativa de consolidar o poder, usando a alegação de ameaças externas como pretexto.
Protestos e resistência
Durante a madrugada, milhares de manifestantes se reuniram em frente ao Parlamento, exigindo a suspensão imediata da lei marcial e acusando o governo de violar os princípios democráticos do país. Houve relatos de confrontos esporádicos entre os manifestantes e as forças de segurança, incluindo o uso de extintores de incêndio para impedir a entrada de soldados no prédio do Legislativo.
Políticos da oposição também resistiram dentro do Parlamento, onde estabeleceram barricadas improvisadas para impedir o avanço de tropas militares. “Estamos aqui para proteger nossa democracia”, afirmou o líder da oposição, Lee Jae-myung, que chamou a ação de Yoon de “uma ruptura completa com o estado democrático”.
De acordo com a Constituição sul-coreana, o presidente é obrigado a revogar a lei marcial imediatamente caso o Parlamento assim solicite por maioria. Após a votação da moção, ainda na madrugada de quarta-feira (4), a pressão sobre o governo de Yoon aumentou consideravelmente, tanto interna quanto internacionalmente.
A comunidade internacional segue acompanhando os eventos com preocupação. Representantes da ONU e líderes de países como os Estados Unidos e o Japão emitiram comunicados pedindo o respeito à democracia e à resolução pacífica do impasse. A situação também afeta os mercados financeiros sul-coreanos, com quedas na moeda nacional e em ações de grandes empresas do país.
Fonte: (1)
- Daniele Almeidahttps://asiaon.com.br/author/daniele-almeida/
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