A plataforma global de fãs Weverse, administrada pela Hybe, está sob fogo cruzado após alegações de estar obrigando selos parceiros a aderirem a um serviço de assinatura pago. O anúncio gerou acusações de práticas monopolistas e exploração da lealdade dos fãs. A polêmica surgiu com o anúncio do novo serviço de “assinatura digital”, que será lançado em 1º de dezembro e afetará mais de 130 selos musicais.
De acordo a matéria exclusiva do The Korea Herald, a plataforma enviou um e-mail aos selos parceiros informando-os sobre o novo produto e exigindo sua participação obrigatória. O valor oferece benefícios digitais exclusivos acessíveis, permitindo que os fãs assinem mensalmente comunidades de artistas e obtenham acesso seletivo.
Divisão de receitas
O novo serviço adiciona recursos como streaming sem anúncios e vídeos em alta qualidade, semelhantes ao YouTube Premium. Para isso, os selos enfrentam um modelo de divisão de receitas que muitos consideram injusto.
Fontes anônimas revelaram ao jornal que a divisão dos lucros varia de 40% a 70%, com a Weverse ficando com uma fatia significativa, de até 60%. Isso gerou insatisfação, especialmente entre selos menores, que temem prejudicar a imagem dos artistas ao parecer que estão explorando financeiramente seus fãs.
Pressão sobre selos menores e utilidade para os fãs
Para muitos selos, sair do Weverse não é uma opção viável, dada a influência dominante da plataforma, que possui 10 milhões de usuários ativos mensais. Entre os 152 times hospedados na plataforma, 137 não têm ligação com a Hybe, incluindo grandes nomes como Blackpink, aespa e EXO. Isso faz do Weverse uma peça indispensável para o marketing de artistas no cenário competitivo do K-pop.
Os fãs também expressaram descontentamento, apontando que os novos “benefícios exclusivos” não oferecem valor adicional significativo. Para muitos, a principal vantagem continua sendo o acesso antecipado a ingressos de shows, mas essa utilidade diminui se o artista não realizar muitos concertos.
Foto: Talita França/App Weverse
Jornalista apaixonado pela cultura coreana, acompanhando desde 2019 o universo dos comebacks, kdramas e a culinária do país. O que começou como curiosidade se transformou do dia a dia e uma terapia antiestresse.