Nesta quinta-feira, 29, o conselho de supervisão da Meta Platforms, empresa controladora do Facebook, emitiu uma recomendação de suspensão de seis meses para o primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen. A medida foi tomada devido à publicação de um vídeo que violava as regras da plataforma contra ameaças violentas.
O conselho, que atua de forma independente e é financiado pela Meta, considerou que a empresa errou ao não remover o vídeo quando ele foi publicado em janeiro. A Meta concordou em remover o vídeo, mas ainda está revisando a recomendação do conselho antes de decidir sobre a suspensão de Hun Sen.
Caso a suspensão seja aplicada, a página do Facebook do primeiro-ministro ficará inativa por seis meses, coincidindo com a proximidade de uma eleição no Camboja. Essa medida levanta preocupações sobre a liberdade de expressão e o acesso à informação durante o período eleitoral. Grupos de oposição e defensores dos direitos humanos afirmam que a eleição será uma farsa, mas o governo nega essas acusações.
Hun Sen é um dos líderes políticos mais longevos do mundo, com quase quatro décadas no poder. Recentemente, ele anunciou que trocaria o Facebook pelo aplicativo de mensagens Telegram para alcançar mais pessoas, mas não mencionou o vídeo em questão.
A Meta Platforms já recebeu críticas anteriores do conselho de supervisão por seu tratamento de declarações violentas e incitação à violência por parte de líderes políticos. No caso do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o conselho apoiou sua proibição na plataforma, mas criticou a duração indefinida da suspensão. Posteriormente, a Meta reintegrou a conta de Trump.