Um lamentável caso de racismo aconteceu em partida amistosa na terça-feira, dia 16 de julho, entre o Wolverhampton Wanderers da Inglaterra e o recém chegado à elite do futebol europeu, o Calcio Como, da Itália.
O atacante sul-coreano Hwang Hee-chan, alegou ter sofrido uma ofensa racial na metade do segundo tempo da partida, proferida por um jogador da equipe italiana que não foi identificado, o que causou a interrupção do jogo, que estava sendo disputado sem torcida.
Após saber da ofensa sofrida por Hee-chan, o meia português, Daniel Podence, seu companheiro de equipe, deu um soco no jogador que teria proferido o insulto, o que causou sua expulsão direta.
O técnico do time inglês, Gary O’Neal se dispôs a abandonar a partida e tirar seu time de campo, mas o atacante coreano disse que gostaria que o jogo fosse finalizado.
Sobre o ocorrido, o técnico inglês comentou:
“Channy ouviu um comentário racista, o que é realmente decepcionante, falei com Channy sobre isso, verifiquei se ele queria tirar a equipe do campo ou ser substituído, mas ele estava interessado que a equipe continuasse e completasse o trabalho necessário.”
O Wolverhampton, equipe que Hwang defende desde 2022, quando foi contratado junto ao Red Bull Leipzig, da Alemanha, emitiu um firme comunicado sobre o ocorrido:
“O racismo ou discriminação de qualquer forma é completamente inaceitável e nunca deve ser deixado sem resposta, e o Wolves apresentará uma reclamação formal à UEFA em relação ao incidente.”
O clube pretende pedir o auxílio da FA (Football Association), para tomar providências junto às autoridades futebolísticas equivalentes, pedindo punição ao jogador e ao clube italiano.
A partida, que foi a primeira na preparação para a temporada de 2024 / 2025 do futebol inglês, terminou com vitória por 1×0 do time inglês e foi disputada em Marbella, na Espanha, com portões fechados ao público.
Não é a primeira vez que esse tipo de incidente lamentável acontece em partidas de pré temporada dos ingleses, há duas temporadas, em partidas disputadas contra o Farense de Portugal e contra o Levante da Espanha, o atacante sul-coreano já havia sofrido ataques racistas, sendo que na partida contra os espanhois, houve uma grande confusão após os insultos, o que resultou na expulsão de quatro jogadores.
O clube italiano declarou em nota oficial, que seu zagueiro não foi deliberadamente racista, e que tudo foi um mal entendido que alguns dos jogadores dos Wolves levaram de maneira desproporcional, dizendo que ele apenas disse que o jogador coreano “se achava o Jackie Chan” e não o chamado propositalmente pelo nome do famoso ator chinês, veja:
“Conversamos com o zagueiro em questão para saber o que foi dito. Ele nos disse que disse: ‘Ignore-o, ele pensa que é Jackie Chan’.
“Depois de falar detalhadamente com o nosso jogador, estamos confiantes de que isso se deve ao nome do jogador e às constantes referências a ‘Channy’ por parte de seus companheiros de equipe em campo.
“No que diz respeito ao nosso clube, o nosso jogador não disse nada ofensivo.
“Lamentamos que a reação de alguns jogadores do Wolves tenha feito com que este incidente fosse desproporcional.”
A UEFA, orgão máximo do esporte no continente europeu, se manifestou repudiando o ocorrido, mas ressaltou que não pretende interferir, porque não se tratava de uma partida organizada pelo órgão.
Cobiçado por outros clubes ingleses, como o Tottenham e Liverpool, o goleador coreano tem contrato com o time do Wolverhampton até 2028 e segue com sua equipe em preparação para a temporada, o técnico da equipe inglesa, deixou o jogador à vontade para decidir se quer o ou não disputar as próximas partidas amistosas, já que ele ficou bastante abalado com o ocorrido.
Lamentamos profundamente o ocorrido e seguiremos acompanhando os desdobramentos desse caso.
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Fontes: (1) (2) (3) (4) |Fotos: Divulgação / Instagram @wolves