No dia 06 de maio, o grupo masculino sul-coreano se tornou o primeiro grupo de kpop completo participar do Met Gala, em Nova York. O evento, conhecido por reunir diversas celebridades em looks temáticos, faz parte de uma ação beneficente do Museu Metropolitano de Arte de Nova York e arrecada dinheiro para a instituição The Costume.
Os oito membros do grupo sul-coreano Stray Kids compareceram ao evento ao lado do estilista Tommy Hilfiger, representando a marca. No tapete vermelho, Tommy Hilfiger até revelou um spoiler, anunciando que o grupo começara em breve uma turnê mundial que passará por quarenta cidades ao redor do mundo.
Infelizmente, o grupo enfrentou discriminação racial por parte de fotógrafos locais durante o Met Gala, com comentários de “piadas” e em tom depreciativo, eles fizeram comentários sobre a falta de expressão facial dos integrantes, deram oi em japonês (o grupo só tem coreanos e australianos), dentre outros momentos deploráveis.
Imagens do evento surgiram online, revelando interações entre Stray Kids e alguns fotógrafos. No vídeo, os fotógrafos podiam ser ouvidos dirigindo o grupo com comentários como “Fiquem eretos”, “Vocês todos parecem tortos” e “Afastem-se”.
As tensões aumentaram quando os fotógrafos começaram a zombar das expressões dos membros e a fazer comentários abertamente discriminatórios. Um fotógrafo criticou o grupo, dizendo: “Nunca vi tantos rostos sem emoção na minha vida”, enquanto outros fizeram comentários rudes como “Parece que eles vão começar a se apresentar” e “Todo mundo pula”.
A atmosfera desrespeitosa se intensificou quando um fotógrafo gritou “arigato” (obrigado em japonês), usando erroneamente o japonês com um grupo coreano, contribuindo ainda mais para o tom desrespeitoso das interações.
No vídeo, o líder do Stray Kids, Bangchan, é visto batendo palmas para guiar o grupo para fora do tapete após os comentários desrespeitosos. Tanto Bangchan quanto seu colega Felix são australianos, sendo o inglês sua língua nativa.
O incidente provocou uma reação imediata online, com muitos condenando as conotações racistas e as exigências desrespeitosas dos fotógrafos ao grupo. Comentários como “O racismo foi tão barulhento”, “Os meninos mereciam coisa melhor” e “Nenhuma outra celebridade americana é desrespeitada assim quando posam com sua cara séria de modelo” refletiam a indignação e o apoio aos Stray Kids.
As comparações foram feitas com encontros racistas anteriores vivenciados por outros grupos de K-pop, incluindo o BTS, ressaltando uma questão recorrente de como os artistas de K-pop são tratados pela mídia internacional.
“Eu não sigo Stray Kids, mas estou surpreso com o comportamento dos paparazzi que tenho visto em relação ao BTS. O mesmo racismo. A mesma zombaria. As mesmas exigências para que eles ‘atuem’ como animais de circo…” um usuário comentou no X, antigo Twitter.
“I’ve never seen so many unemotional faces” “we gotta do it again” “let’s do it with feeling” “maybe now we can get a good shot” “I’ll just take a headshot of each of you how about that” “tone it down”they’re gonna start performing” “everybody jump” … + pic.twitter.com/1TA0HhocXB
— Ru ☆ misses kyrell (@hyunusbff) May 6, 2024
Após isso, o fandom do grupo, conhecido como “Stays”, fizeram uma grande movimentação para descobrir o nome dos fotógrafos que desrespeitaram o grupo e em poucas horas um deles teve a conta hackeada com um post sobre pedir desculpas ao grupo. A força do fandom é onipresente em momentos bons e ruins, elas realmente estão sempre ali.
Essa não é a primeira e nem será a última vez que isso ocorre com um grupo de k-pop. Todo e qualquer lugar de destaque que eles conquistem sempre chega junto de uma série de questionamentos quanto ao talento, estranhamento visual, por terem um padrão de beleza não ocidental, e uma série de outros embates culturais que viram piadas geralmente homofóbicas e xenofóbicas.
Aconteceu com BTS em praticamente todos os eventos que eles participaram nos Estados Unidos, seja pela maquiagem, pela beleza, pelo inglês “quebrado”, e aconteceu novamente agora com os Stray Kids, que por sinal, possui dois membros nascidos em um país cuja principal língua é a inglesa.