Pela primeira vez, o Campeonato Mundial de Natação Paralímpica foi disputado em território asiático. Entre os dias 21 e 27 de setembro, o OCBC Aquatic Centre, em Singapura, recebeu mais de 600 atletas de cerca de 70 países em uma das edições mais simbólicas da história do evento, que se tornou vitrine para novos recordes e para o crescimento do movimento paralímpico na região.
A competição, organizada pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), reforçou o protagonismo da Ásia no calendário mundial. O público local lotou as arquibancadas em diversas sessões, especialmente nas provas da anfitriã Yip Pin Xiu, que conquistou o ouro nos 50 m costas S2 e chegou à oitava medalha mundial da carreira. O feito consolidou seu nome como uma das maiores nadadoras paralímpicas da história de Singapura.
Além do desempenho da anfitriã, países como China, Japão e Coreia do Sul mostraram a força do continente:
- A China terminou em 3º lugar geral, com 17 ouros, 9 pratas e 7 bronzes;
- O Japão encerrou a competição com 9 medalhas (3 de ouro);
- A Coreia do Sul conquistou 5 pódios (1 ouro e 4 pratas), seu melhor desempenho desde 2017.
O quadro de medalhas foi liderado pela Itália, seguida de Estados Unidos e China.
Singapura em foco
A escolha de Singapura como sede marcou uma virada estratégica do IPC, que busca ampliar a visibilidade do esporte paralímpico no continente. O país investiu em acessibilidade total no complexo aquático e em ações de formação com jovens atletas e escolas locais durante a semana do evento.
Segundo a organização, o sucesso da edição deve servir de modelo para futuras competições na Ásia, especialmente antes dos Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028.
Brasil fecha Mundial com 39 medalhas e sexta posição
O Brasil encerrou sua participação no Mundial de Natação Paralímpica de Singapura com 39 medalhas, sendo 13 de ouro, 16 de prata e 10 de bronze, terminando em 6º lugar no quadro geral.
A delegação contou com 29 atletas de sete estados, incluindo cinco estreantes.
Entre os destaques estão:
- Carol Santiago, tricampeã mundial, com ouros nos 100 m costas, 50 m livre e no revezamento 4×100 m medley;
- Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, com três ouros nas provas S2;
- Mariana Gesteira, campeã dos 100 m costas S9;
- Beatriz Flausino e Gabriel Bandeira, medalhistas em provas individuais e revezamentos S14.
O país também conquistou ouros nos revezamentos 4×100 m medley 49 pontos e 4×50 m medley 20 pontos.
O Mundial de Singapura 2025 encerrou-se com um recado claro: o futuro da natação paralímpica passa pela Ásia e o Brasil segue firme entre as maiores potências do planeta.
Fontes: (1) (2) | Foto de capa: (1)
Dani Almeida é jornalista (MTB 0095360/SP) e estudou Ciências Sociais na UNIFESP. Atua como editora no Portal Asia ON e na Tune Wav, é colunista no Portal IT Life e redatora.
