Na manhã de quarta-feira (31) em horário local, a Coreia do Norte disparou o que afirma ser um “veículo de lançamento espacial” em direção ao sul, de acordo com informações divulgadas pelas autoridades militares sul-coreanas. O lançamento ocorreu após a Coreia do Norte ter revelado um plano de lançamento no início desta semana, apesar das críticas e advertências internacionais.
O Estado-Maior Conjunto (EMC) informou que o projétil voou sobre o Mar Amarelo e não afetou a região metropolitana de Seul. A Coreia do Norte havia notificado o Japão e a Organização Marítima Internacional sobre seu plano de lançar um satélite entre 31 de maio e 11 de junho, apesar das críticas de que isso violaria as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que proíbem qualquer lançamento usando tecnologia de mísseis balísticos.
Em meio às preocupações com o lançamento, o governo da cidade de Seul enviou erroneamente um alerta de emergência aconselhando os cidadãos a se prepararem para a evacuação. O alerta por celular foi enviado a todos os cidadãos de Seul às 6h41, logo após o Estado-Maior Conjunto anunciar o lançamento do que aparentava ser um veículo de lançamento espacial. No entanto, o Ministério do Interior retratou o alerta às 7h03, afirmando que ele foi enviado por engano.
“Avisamos que o alerta emitido pela Prefeitura Metropolitana de Seul às 6h41 foi emitido erroneamente”, informou o Ministério do Interior em um alerta separado enviado por celular. O governo municipal de Seul está investigando as razões por trás do alerta errôneo.
Enquanto isso, o Ministério do Interior emitiu um alerta de emergência separado para os moradores das ilhas de Baengnyeong e Daecheong, próximas à Linha Limite Norte que separa as duas Coreias, aconselhando os moradores a evacuar. Sirenes soaram por mais de 20 minutos nas áreas de Baengnyeong e um aviso de evacuação foi transmitido em toda a região.
O Estado-Maior Conjunto (EMC) afirmou que detectou o lançamento a partir de Tongchang-ri, na costa oeste da Coreia do Norte, às 6h29, e o projétil voou sobre as águas a oeste da ilha de Baengnyeong, que faz fronteira com a Coreia do Sul. O lançamento não afetou a região metropolitana de Seul, acrescentou o EMC.
“Nosso exército está tentando confirmar se ele voou normalmente”, disse o EMC em mensagem de texto enviada aos repórteres. “Enquanto eleva sua postura de vigilância, nosso exército, em estreita cooperação com os Estados Unidos, mantém uma postura de prontidão total”.
Uma fonte militar informou que o veículo desapareceu do radar antes de atingir a localização onde a Coreia do Norte afirmava que a parte cairia. “O exército está analisando se ele explodiu no ar ou caiu”, disse a fonte sob condição de anonimato para a Yonhap News.
O escritório do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol convocou uma reunião de segurança para discutir o lançamento feito pela Coreia do Norte. A reunião do Conselho de Segurança Nacional presidencial foi convocada para discutir o lançamento e avaliar a situação de segurança.
“A reunião para avaliar a situação de segurança será realizada em breve”, informou o escritório presidencial em um comunicado aos repórteres. “Planeja-se decidir se será necessário convocar uma reunião do Conselho Nacional de Segurança.”
O Conselho Nacional de Segurança se reunirá para discutir o lançamento e as implicações desse ato provocativo.
Anteriormente, na terça-feira (30), o vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, Ri Pyong-chol, defendeu o plano de lançamento, afirmando que é “indispensável” para lidar com os “atos militares perigosos” dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. A Coreia do Norte tem se esforçado para adquirir ativos de reconhecimento baseados no espaço como parte de seus projetos de defesa revelados no oitavo congresso de seu partido governante no início de 2021.
Enquanto as tensões aumentam, a Coreia do Sul emitiu um forte aviso de que fará com que Pyongyang pague um “preço devido” caso o lançamento prossiga. Os principais enviados nucleares da Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão também alertaram que a Coreia do Norte enfrentará uma resposta “rigorosa e unificada” da comunidade internacional.
